domingo, 21 de novembro de 2010

Sobre estudo do meio:

Estudo do Meio: teoria e prática
Aspectos teóricos e organizacionais

Eduardo Campos

A concepção de estudo do meio que acreditamos e procuramos desenvolver se aproxima bastante da definição feita por Pontuschka & Paganelli & Cacete:

O estudo do meio é uma metodologia de ensino interdisciplinar que pretende desvendar a complexidade de um espaço determinado extremamente dinâmico e em constante transformação, cuja totalidade dificilmente uma disciplina escolar isolada pode dar conta de compreender.
O estudo do meio, além de ser interdisciplinar, permite que aluno e professor se embrenhem num processo de pesquisa. Mais importante do que dar conta de um rol de conteúdos extremamente longo, sem relação com a vivência do aluno e com aquilo que ele já detém como conhecimento primeiro, é saber como esses conteúdos são produzidos. (Pontuschka & Paganelli & Cacete, 2007, p.173.)

O estudo do meio é uma metodologia de ensino que pode envolver diferentes procedimentos em razão da teoria da aprendizagem a qual está associado. As possibilidades didático-pedagógicas dessa metodologia são muitas e variadas e nem sempre inerentes à sua adoção, é preciso intencionalidade na ação pedagógica. Isso significa que apesar dessa metodologia possuir algumas práticas próprias, como a saída à campo, por exemplo, há práticas muito diferentes em razão da concepção de ensino e aprendizagem que orienta a sua organização e realização. As diferenças podem ser encontradas na forma como as disciplinas se articulam ou não, no entendimento da finalidade de cada etapa do trabalho (procedimentos realizados antes, durante e depois do trabalho de campo), a função pedagógica da saída à campo e as ações dos alunos e dos professores (pesquisa, entrevistas, desenho, análise da paisagem, registro, sistematização, avaliação etc.). Por exemplo, pode ocorrer a reprodução em campo das técnicas de ensino da sala de aula, como longas explanações do professor e/ou do monitor sem, entretanto, contar com o auxilio da lousa e outros recursos didáticos muito presentes na sala de aula e referendado pelo contrato escolar e pedagógico estabelecido pelo ambiente escolar. Portanto, o estudo do meio compreende práticas variadas, tão diversas quanto as concepções de aprendizagem e suas traduções em práticas de ensino. Isso implica na variedade de objetivos e possibilidades de aprendizagens planejadas e não planejadas, implícitas e explícitas, conscientes e inconscientes, associadas a uma metodologia que implica maior protagonismo do aluno na realização de pesquisas, entrevistas e saídas a campo.
Segundo o PCN (1997, p. 53), “o professor deve fazer recortes e selecionar alguns aspectos considerados mais relevantes, tendo em vista os problemas locais e/ou contemporâneos; desenvolver um trabalho de integração dos conteúdos de história com outras áreas de conhecimento”.

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